sexta-feira, outubro 03, 2003



Crescer não tem nada a ver com idade





Enfim! Depois de algumas dezenas de comedias românticas sem sal nem açucar e filmes desinteressantes, parece que Hugh Grant conseguiu me convencer como ator (meu deus, que fato importante para a vida dele!). Na verdade, eu to com muita duvida se a atuação dele foi digna mesmo, ou se o filme é tão bom que leva a pessoas não tão experimentadas na sétima arte a pensar dessa maneira.

O autor do livro hononimo que inspira "Um Grande Garoto", Nick Hornby, detem o poder de alguns escritores. Ele ambienta temas de uma maneira por vezes única e que consegue afetar de algum modo eu, você, nossos pais, avos... o jeito simples de passar uma mensagem é algo que realmente funciona! Eu conheci esse sujeito no meio de uma aula na faculdade. Infelizmente ele não era o tema da aula, mas seu nome estava escrito num livro e a feliz leitora seria, algum tempo depois, uma das pessoas mais legais que já conheci. Entendeu a afinidade? Pessoas legais e Nick Hornby.

O tal do Hugh Grant, no filme, é um daqueles sortudos-com-audi-ultimo-modelo que possivelmente viveremos, morreremos, jamais tendo encontrado alguém parecido. Essa raridade esta no fato dele viver renda desde que seu pai compôs uma musica natalina famosa, que paga seu estilo de vida rico e esbanjador. É necessário um garoto de 12 anos invadir a sua casa para a ficha começar a cair. Sua vida é vazia e ele não faz nada importante para um mundo povoado de pos yuppies; a ausência de trabalho lhe deixa sem graça nos encontros com mulheres bem-sucedidas da sua idade. Enfim, uma vida sem compromissos custa dúzias de explicações.

"Nenhum homem é uma ilha". Tudo bem, estamos citando Jon Bon Jovi. Mas até que ela caiu bem no filme, até que cai bem no nosso cotidiano. Definitivamente não há como negar a verdade: precisamos de metas a cada amanhecer, em todos os estágios da nossa vida, e é importante ver nossos objetivos se entrelaçando com os de outras pessoas. Há tempo para estar sozinho, de não querer sentir a respiração de ninguém ao redor... mas nada se compara com o tempo que precisamos de pessoas provocando nosso riso, mesmo que a piada não tenha graça.

"A gente nasce e morre só. É talvez por isso mesmo que se precise tanto de viver acompanhado". Ah! Antes que eu cometa um injustiça, essa citação não tem nada a ver com cantores de musica-chiclete. Agora é Rachel de Queiroz, meus caros.