quinta-feira, maio 19, 2005

what have you found? the same old fears.

São cinco e vinte cinco de uma manha de quinta feira e talvez eu esteja errado. Quem sabe a felicidade nao esta naquilo que se busca, mas nas coisas que a gente atrai. Gostava de pensar na luta silenciosa, no suorzinho correndo na testa atras de uma floricultura barata e legal, da impressão dada pelas frases sutis, drinks esquisitos pra impresionar. A carona mal-intencionada até a porta de casa era a hora H, no dia D; era o beijo roubado, o sorriso de moleque desembrulhado. A meia maratona da felicidade era pra mostrar que se tinha bom antecedentes, dentes branquinhos, uma familia bacana e o bicho de estimação tinha um nome fofo. Me diz o que é agora a não ser uma competição de indecisos rumo ao trono do nada? Gente indecisa e arrependida é o caos do nosso tempo. Gente a procura em tempo real de relações abertas e vazias é de doer a alma.

A descoberta de detalhes e das coincidencias quem sabe seja o que move pessoas, o que ajuda a aquecer no inverno. Notar que a nossa busca se resume a passar anos procurando por isso desapareceu junto com o trem que se foi. Sem duvida a estação nao era aquela. Sei lá, o relogio parou na madrugada, a cama tava quentinha que deu preguiça. Talvez a noite foi longa demais pra quem dorme, curta demais para semi-acordados e desatentos como nós. E tudo o que uma dia soou como verdade era justamente um sorriso bandido no rosto, coração de mocinho e um punhado de ações que ficaram no papel: era um rascunho da felicidade. Vive-se numa nova era, mas agir as vezes é imprevisivel demais pra suportar, quem sabe agora a chave esteja na placidez, na cumplicidade que poucos conhecem, na tentativa de mudar de assunto mesmo que ele nao fuja da cabeça. Gente louca, me diz quem entende?

Diria eu talvez, que sofremos de preguiça, acomodação e falta da escolha impossivel. É necessario fazer jogo duro com a felicidade (ou que ela faça com voce). Já me disseram que gente boa e felicidade, quando vem facil demais é totalmente desprezada. Um dispositivo talvez, genetica decerto e ponto. Rejeitamos um futuro legal, loucuras no meio de semana, companhia e afeição. Por que? Simples... é facil demais para ser interessante o bastante. Passeamos por ruas elegantes, damos as costas para calçadas quebradas e ruas sem saída, sem saber que a felicidade nos persegue humildemente. Queremos a beleza bonitona, a inteligencia das piadas fim de noite e um coração que faz charme, mas é servido na bandeja. E quando isso ocorre continuamos a desfilar em lugares que a felicidade nao pode pagar. Então ela vem, chuta-nos a bunda e sai correndo feito uma louca com TPM.

O choque precisa ser maior e contanto que ele nao apareça agora, ficamos escondidos, cegos mesmo enxergando guardadores de carro arranhando o patrimonio, surdos e ouvindo buzinas no transito infernal e mudos mesmo falando improperios madrugada a dentro. Nos julgamos felizes com felicidade clonada e usurpando sorrisos dos outros... parcelas a perder de vista, cartão de credito estourado e juros altissimos. Sim, falsificação é cara. Felicidade é deveras inestimavel.

Depois do minutos de sabedoria, tudo começa de novo: amanhecer, por-do-sol, pretensos happy-ending e empregos full-time. Voce pensa que a vida acontece até que num clique a bobina volta, as nuvens voam ao contrario e numa lembrancinha escondida na sua palpebra, voce digita no teclado vagamente o que foi felicidade. Se nao correr agora, será que nao é tarde demais? it's easy, hearts are broken everyday