segunda-feira, outubro 25, 2004

Até onde voce pode ir, antes de perder o caminho de volta pra casa?

Num sábado qualquer, o relogio dos outros marcam três da manha enquanto meu rosto encontra uma forte rajada de vento. Na velocidade do carro, vejo os postes e as pessoas cansadas de mais uma festa se distanciarem. Tudo passa e na verdade parece que vejo frames de uma cidade que não é minha, que nunca me pertenceu. A orla cinzenta me acompanha por um bom tempo. Vejo no céu a ausencia de estrelas e sei que nao gosto quando elas somem. As gotas de chuva ainda agridem suavemente meu rosto, o carro dispara e uma parte de mim está fora dele... desejava estar ali e em outros mil lugares. Queria ter presença fracionada, mas já sei que preciso esquecer essa mania.
Os proximos dez minutos se vão e eu me pego cantando mais uma vez. Na meia voz há uma musica diferente da que toca no cd e ninguem percebe... me distraio com minha voz, penso no fim da rua enquanto me vem a mente a parte da musica que eu adoro. Sorrio.
As portas se abrem, o carro parte e eu o vejo desaparecer em alguma esquina. Entro na minha casa, sem gotas de chuva, sem o vento. Estou sozinho e deveria ter bebido menos. O sabado se foi, as luzes tambem.