segunda-feira, fevereiro 28, 2005

a temporada de frases curtas termina logo, enquanto isso






"Então, ele não quis dormir, para não perder a sensação da vida" - Lispector

sexta-feira, fevereiro 18, 2005



aqui

terça-feira, fevereiro 08, 2005

datas são códigos



Uma coisa aqui dentro é verdade: meu passado não é um caderno de folhas intactas. Há paginas que eu odeio folhear presas nos meus dedos, historias incompletas por falta de tinta, felicidade proxima do céu, a foto dos meus olhos como resposta e gargalhadas que ocupam 1/4 do caderno. Ainda possuo dias que jamais serão escritos sob pena de serem esquecidos. Daqui a dois anos será outro verão e sempre eu me faço parecer como quem tem um grande presente depois da festa de 5 anos. Não quero parar, me dê mais oxigenio por que eu ainda consigo ir e voltar de qualquer lugar... os dias se vão, risos e abraços morrem comigo.

Eu sou aquele que grita do lado de fora do carro trechos de uma musica da decada passada, o mesmo tolo que lacrimeja por nada mesmo achando que é muito. Quem amanhece na areia falando bobagens para os primeiros raios de um sol ainda tímido. Tiago vive pela presença do nascer e amanhecer do sol e adora a lua como um amor impossivel que nunca estará ao seu lado. Eu sou o dente mole arrancado aos 5 anos, um pedido de moleque e aquela pedra sem rumo aremessada no lago. Perdido pelos outros, achado por (quase) ninguem, enfrento o frio e o calor das pessoas com o medo esquecido no outro lado da rua. Reconheço-me diante da tentativa diaria de ser simples, da ironia incorporada e da loucura em ponto de ebulição. Para quem eu permito, duas medidas de carinho me domam, tres doses de vodka abrem uma nova leva de palavras na minha boca. Carrego a vontade de viver com um egoismo implacavel para onde meus pés apontarem. Sou um aquario estranho, com agua pela metade sempre a espera da medida certa.

Coleciono medos que desaparecem a cada impulso que vem e me toma de assalto. Desconheço pessoas impossiveis, desconheço a distancia que jurava ser inalcançavel, nunca esqueço a pureza do meu sangue misturado e nem de onde eu vim. Aprendi a recusar os mediocres e delegar indiferença aos traidores. O passado é o ultimo suspiro de agora e eu o enxergo como um trampolim para chegar proximo do que ainda vai ser meu. A minha experiencia é casada com minhas atitudes, é o meu livro de cabeceira que ganha novas paginas sem eu anotar. Caminhando do jeito que eu aprendi ando reencontrando novas saídas e voltando a velhas estradas por onde eu jamais deveria ter saído. Numa vida que nao pensa no seu fim, eu berro em nome da felicidade e saio correndo em busca dela de uma forma incansavel. Eles dizem que felicidade nao se procura, ela simplesmente aparece, mas só quem encontra o que persegue sabe o prazer de segurar o que tanto desejou. É nisso que eu acredito mesmo que seja aos 23.