domingo, fevereiro 29, 2004


o silêncio.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004


o carnaval é como um espirro.



Pra citar o carnaval preciso dizer que manter uma relação de amor e ódio é fundamental para mim. Como qualquer baiano, passar todo ano imaginando como será essa semana tresloucada, que divide a linha do tempo livremente, é tarefa mental agendada nos primeiros dias do calendário. A proliferação de sons perdidos e encontrados ao mesmo tempo, o cheiro de suor, o coração na boca, comércio inescrupuloso, coleção de beijos sem importancia dados em cada esquina e o poder da multidão te cercando a cada passo mal dado. Tudo isso são partes de uma alegria explicavelmente descartável mas docemente cultuada por muitos, até por mim em tempo nao tão distante. Creio que o aspecto atrativo do carnaval está no carpe diem, no prazer máximo debaixo do sol escaldante ou nas noites sem hora pra terminar. Nessa época, se conceitos fossem humanos eles tirariam férias para um lugar bem longe. Até que ponto isso muda rumos ou pessoas eu realmente não estou apto para responder.

Aqui, além de ser feliz, conhecer muita gente te permite observar mudanças de comportamento em poucos dias. Muita gente que que sempre quis agir de tal maneira acha no carnaval a desculpa do "tudo pode" vigora livremente. Desconstruir comportamentos é uma atitude ambigua (assim como em qualquer situação), por isso mesmo apenas quem faz parte disso pode dizer o quanto tudo é doido e bem diferente do cotiano que se leva após a quarta-feira de cinzas. O carnaval é como um espirro, acontece rápido demais pra ter noção do bem (ou mal) que ele pode te causar.

Meu combustível é a novidade. Portanto qualquer coisa positiva, diferente e beirando meus limites tangiveis é bem vinda para meus sentidos. Estou vivenciando um aspecto que envolve aproveitar novas experiências... pra jogar no lixo da frustração ou acolher de bom grado momentos eternos. Depois um convite, esse ano decidi literalmente pular fora desse imenso bloco. Vou viajar, vou pro Rio de Janeiro. Carnaval no Rio? Escola de Samba? Não. Meus dias de desejo mudaram.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004


houve uma época que eu queria morar longe do chão.



crise criativa
mentira.
quando a vida deixa de ser rotina
esse blogue imagina.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004


oito de fevereiro de mil novecentos e oitenta e dois



sábado, fevereiro 07, 2004


under a full moon we were happy



E eu estava lá... misturado entre cordas vocais e de violão, grama verde e água de uma deserta piscina, mais um vez (e por muito tempo ainda) a noite foi generosa. A idade de uma amiga tão querida trocando de digito é a feliz desculpa para deixar de lado qualquer saudade entre os demais... ao pôr meus olhos nas pessoas me senti feliz de forma inexplicável, dificil é exprimir tudo isso sem ser lugar-comum para os olhos alheios.

Prefiro acreditar que ontem tenha sido mais uma prova de um longa lista de situações que a gente se encontra nos detalhes. Numa partida de dominó, perder ou ganhar não muda nada... tampouco se há calor e uma enorme placa interditando a piscina no meio da madrugada. Como interseções que envolve almas, a minha gente sempre encontra um caminho pra diversão... até mesmo na contra-mão da lógica. Penso que a escolha dos meus amigos está inconscientemente ligada a questões muito superiores e que não há nenhum livro que me ajude a explicar. E quem realmente quer entender, se o importante mesmo é aproveitar o momento?

Quem proporciona tudo isso numa bela noite, me surpreende desde aquele dia do velho livro de Nick Hornby guardado na sua bolsa. Eu bem que deveria ter apostado que algo a mais estaria por vir... não imaginava tanta grandeza dentro de alguém que minha vista dificilmente alcança à primeira vista. Vou sentir falta dos seus vinte um anos, o último ano não teria sido tão bom sem sua ajuda, até mesmo naquelas ligações que só da mesmo pra ouvir sua risada me animando.

quinta-feira, fevereiro 05, 2004


Ontem por exatos dezesseis minutos caiu uma chuva em Salvador a ponto d'eu pensar no fim dos dias ou justiça divina. Sozinho no apartamento estava, até o barulho do vento vir fazer companhia...
Segundos após o calculado, tudo calmo, janelas molhadas e sol discreto entre nuvens. Certeza de paz mesmo só com a lua alta e quase cheia no começo da noite, depois disso estava certo que ainda havia muito pra acontecer.


domingo, fevereiro 01, 2004


noite em salvador (one more misunderstandable image).





Viver de noite
me fez senhor do fogo
A vocês eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse, eu mesmo carrego.

Paulo Leminski