domingo, abril 24, 2005

proteccíon



Eu queria escrever o maior texto de todos os tempos, quebrar a linha do tempo e ter algumas palavras pra ler numa manha seguinte que pode nem ser amanha. Eu queria desobedecer a gravidade e ser levado pelo vento forte, sem a desculpa que eu preciso fugir de tudo... quero o prazer que vem das pequenas bobagens. Do chocolate da infancia, da risada de doer bochechas... que medo é esse de estar fora da rota e longe das coisas que eu mais amo? Que flash de felicidade é esse que me faz fingir ser o tipico racional que eu mais odeio. Onde foram parar minhas emoçoes?

Sinto-me um alguem no meio de situações, caminhos e pegadas numa trilha igual a todas e que não leva a lugar algum. Faço downloads de perfis novos a cada dia, troco de roupa varias vezes ao dia quando o que eu mais queria era trocar meus ultimos cinquenta reais em felicidade a longo prazo. Será que os meus valores estao perdidos ou eu recorri aos mesmos erros para ter o que contar? A minha inspiração se foi e eu ainda penso ter escrito um livro mesmo vendo um bloco de paginas brancas a me esperar. Minha solidez se foi com a palavras que jamais procurei, e eu tento escrever termos como "abraço" para ver se eles aparecem e são sinceros.

Aparento ser menos do que realmente sou, me vesti de verdades alheias para construir a minha propria. Na frente dos outros sou aquele que abraça, sozinho no carro sou quem quer tolamente abraçar complicações que eu mesmo invento. Diante disso, o que parece é que tudo o que eu mais sei fazer se resume na desinteressante arte de suscitar duvidas, mesmo quando sou visto como o mais acomodado ser desse universo. Inclui nas minhas preces, responsabilidade e direcionamento, mas nao sei medi-las por simplesmente acordar às 7h da manha num dia de chuva. Porque para mim a chuva é a vontade de correr ate se sentir completamente molhado e feliz. Eu quero viver isso de novo, sem traumas, sem drama de novela.